I seminário PPSI: A psicanálise na era chat GPT

"Psicanálise na Era do Chat GPT: Linguagem, Subjetividade e o Diálogo com a Inteligência Artificial".

E que debate!

Em um mundo onde as IAs parecem redefinir o que chamamos de "linguagem" a cada novo update, a pergunta que não me sai da cabeça é: onde fica a psicanálise no meio disso tudo?

Como psicanalistas, sempre nos interessamos por essa "nova língua" que surge. Não com alarmismo, mas com uma curiosidade genuína. Afinal, se Lacan nos ensinou que o inconsciente se estrutura como uma linguagem, qual seria a língua das IAs?

O evento foi uma verdadeira imersão. Eu tive o prazer de abrir e moderar a conversa, e comecei justamente provocando sobre as nossas próprias relações com essas tecnologias. O que acontece com as sutilezas que tanto nos interessam — a ironia, o não-dito, o equívoco — quando nosso interlocutor é um algoritmo? Estamos criando assistentes ou novos "Outros" para suprir nossas faltas de laço social?

Em seguida, o Pedro Godoy (USP / Universidade São Francisco) assumiu e aprofundou a tese de forma brilhante, trazendo um olhar psicanalítico denso sobre como as IAs impactam nossa subjetividade hoje. Foi fascinante ver como a psicanálise, com sua escuta atenta ao dito e ao não-dito, se afirma como um campo essencial, justamente porque ela aposta naquilo que resiste à simulação.

Como bem colocamos lá, a psicanálise celebra a "falha gloriosa" que nos torna sujeitos, e não meros processadores de dados.

Foi uma discussão riquíssima, com perguntas afiadas e uma troca intensa com o público. Saí de lá com mais perguntas do que respostas (o que, convenhamos, é sempre um ótimo sinal!).

Para quem não pôde estar presente ou quer rever essa discussão fundamental, tenho uma ótima notícia: o seminário foi gravado! É uma oportunidade imperdível de refletir sobre as profundas interseções entre humanidade e tecnologia.

Assista acima e depois me conte o que achou!