A cadeira do Analista

Recebi esta cadeira como um presente de meus pais quando me formei. O divã também, assim como minha coletânea completa dos livros de Freud. Todos estes itens já fizeram parte do acervo de algum antigo consultório que tiveram.

No entanto, após meus primeiros anos de atuação, a cadeira, que já estava em frangalhos, precisou ser reformada, os livros foram lidos e relidos, e o divã, por consequência, ganhou novos pacientes, novas histórias.

Este é um percurso para todos que atravessam uma psicanálise: Herdamos o sobrenome (que deveria é chamar antenome, já que a existência dele pré-existe a nós), mas o que se faz com ele, isto é o nome próprio. A respeito da cadeira do analista, comumente escuto: muitas vezes não é lugar fácil e confortável de se sentar. Até poderia ser (dou o braço a torcer)! Mas não há no mundo lugar mais meu que esta cadeira.